Entrevista feita pelo Colégio Nossa Senhora das Dores - Uberaba/MG

Histórias de Sucesso: Ex-aluno CNSD atinge a marca de 30 livros publicados!

Tiago de Melo Andrade nasceu em São José do Rio Preto/São Paulo, mas veio pequeno morar em Uberaba.
Tiago é ex-aluno do Colégio Nossa Senhora das Dores, e um parceiro permanente da escola. Na sua trajetória de escritor, já esteve várias vezes na instituição, falando de seus livros com os alunos.

Como Autor Revelação ganhou o Prêmio Jabuti - Maior Prêmio de Literatura no Brasil - com o livro "A caixa preta" em 2001.

Hoje, 10 anos depois, o autor possui em seu currículo 30 livros publicados.


Conheça um pouquinho mais sobre esta história de sucesso...

Qual foi o período em que estudou no CNSD?
De 1986 até 1994, saí mais cedo pois naquela época não havia Colegial.

Guardou alguma lembrança em especial do CNSD?
Um montão! Em especial da bibilioteca e dos livros antigos super ilustrados... sem falar dos professores e funcionários, alguns estão lá até hoje.

Alguém ou algum fato em específico no CNSD, contribuiu com o seu "querer ser escritor"?
Sim... meus professores, como a Eliana Parta, e a postura do CNSD em relação ao fomento da leitura e escrita, promovendo sempre feiras literárias, econtro com diversos autores...

Quando se descobriu "autor"?
Quando estava na Faculdade de Direito... estava na biblioteca caminhando entre os livros e pensei: acho que também consigo... Durante o ensino superior, os alunos são incentivados a publicar seus artigos científicos. É claro, escrevo literatura, mas isso chamou minha atenção para publicar, ou seja, tornar minha produção textual disponível para outros leitores. Hoje, com o advento da Internet, isso não é algo tão difícíl, mas, naquele tempo, só era possível por meio do papel, da edição por grandes editoras, de um livro impresso.

Como foi ter em "Carne Quebrada", o comentário do imortal Moacyr Scliar?
É uma sensação de reconhecimento. Imagine tirar a nota máxima em redação... É um sentimento parecido, o elogio de um grande mestre. Quem não ficaria feliz e orgulhoso...

Por que escrever as "curandices" do país?
Eu acho fantástico isso. Todos gostam tanto de ler sobre vampiros, bruxos, monstros... Mas há coisas extraordinárias ocorrendo todos os dias no Brasil... Na cultura popular brasileira, há tanto fantástico como nas histórias importadas, é isso que eu pretendo expor: nossas bruxas, monstros, mágicos e herois. Há espaço para todos, mas eu gosto de valorizar o que é nosso.

Como foi feita a pesquisa para o livro?
Com as minhas tias, com a faxineira de casa, com as pessoas simples e normais como eu ou você! Eu posso dizer que levei a vida interia para pesquisar esse livro... Usei nele o meu repertório de cultura popular acumulado até aqui. Coisas que passei ouvindo e vendo na minha infância inteira... Em geral, as pessoas desprezam as histórias das pessoas comuns... Não é preciso ser doutor em nada para ver o mundo com encantamento e poesia! Veja, eu não estou dizendo que não é importante estudar, ser doutor. Estou dizendo que até mesmo pessoas sem estudo, simples, têm boas coisas para contar. Um escritor tem que saber reconhecer essas boas histórias, independente de onde venham e se inspirar nelas. E foram as pessoas comuns que inspiraram os mais de 100 personagens do livro.

Este ano, você comemora 10 anos de carreira, que balanço faz de sua trajetória: de advogado a escritor renomado?
Na verdade, sequer cheguei a advogar. Quando me formei em Direito, já tinha oito livros publicados e mais outros em produção. Não houve espaço, os livros já ocupavam a maior parte do tempo... Esse ano alcanço a marca de 30 livros publicados, desde infantis até um romance. No início foi bem complicado, muitas dúvidas, as editoras demoravam a dar repostas. Hoje, apesar das difculdades, ao olhar o caminho percorrido me sinto feliz com o resultado! Muitas pessoas passam toda uma vida tentando publicar um livro, eu já tenho praticamente 30. Em 10 anos, esta quantidade é muito para um país como o Brasil, que lê pouco. Tenho muito o que comemorar e agradecer aos editores e leitores que acreditam e impusionam meu trabalho.

O que você diria às crianças/adolescentes que possuem o desejo de escrever?
Primeiro, perder a timidez, não ter vergonha de escrever. Depois ter paciência! Muita paciência, pois na maioria das vezes, o caminho do livro até as livrarias é longo, demorado...


Foto: Lúcio Flávio
*Entrevista feita em 06/04/2011.


Fonte: Blog Colégio Nossa Senhora das Dores

Comentários